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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Histórico e ações preventivas pós-Janeiro 2011 - Tragédia Nova Friburgo

ENTENDA A TRAGÉDIA:

CONSEQUÊNCIAS DA TRAGÉDIA



As fortes chuvas que atingiram a região serrana do Rio de Janeiro nos dias 11 e 12 de janeiro de 2011 provocaram enchentes, deslizamentos de terra e mataram oficialmente 905 pessoas. Mais de 300 foram consideradas desaparecidas. As cidades mais atingidas pelos temporais foram Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto. De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), chuvas com tal intensidade - algumas estações registraram quase 300 mm de precipitação em 24 horas - têm probabilidade de acontecer apenas a cada 350 anos.


Foi a maior tragédia climática e geotécnica do país. Notícias e imagens da catástrofe ganharam rapidamente as manchetes dos principais veículos de comunicação do Brasil e do exterior. A ONU classificou o episódio como o oitavo maior deslizamento já registrado no planeta em um século. As chuvas torrenciais que desabaram, nos dias 11 e 12 de janeiro, sobre sete municípios da Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro provocaram escorregamentos, enchentes, mortes, desabamentos e muita, muita destruição. A tragédia afetou quase 20% do Estado do Rio, numa extensão estimada em 2.300 km2, equivalente à área somada dos municípios de São Paulo, Guarulhos e São Bernardo do Campo.



O número de mortos em consequência das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro já chegava a 905, de acordo com os dados divulgados pela Polícia Civil na quinta-feira 17 de fevereiro de 2011, Nova Friburgo, a cidade mais atingida,  registra 426 óbitos.
  

De acordo com o coronel Roberto Robaday, diretor da Defesa Civil, a cidade não conseguirá se recuperar tão cedo."Com certeza esta é a pior tragédia da história de Nova Friburgo e da Região Serrana. Acredito que tão cedo a cidade não vai se recuperar deste evento", disse o coronel à GloboNews. 


MEDIDAS PREVENTIVAS

 

Recursos virão do governo federal e presidente do Inea apela por antecipação para intervenções no Córrego Dantas e demais rios de Nova Friburgo antes dos próximos temporais.

Marilene Ramos, do Inea: mapeamento de toda a região com os projetos previstos, disponível na internet semana que vemHenrique Amorim

O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) já tem pronto o projeto de dragagens e recuperação das áreas fortemente atingidas por cheias durante a tempestade de 12 de janeiro, denominado “Emergência Região Serrana” e que estará disponível no www.inea.rj.gov.br semana que vem. Ontem, 17, durante apresentação resumida do plano de ações, em reunião pública no auditório da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) de Nova Friburgo, a presidente do Inea Marilene Ramos anunciou a previsão de investimentos de R$ 325 milhões para dragagens de rios, recuperação de margens, construção de reservatórios de cheias no município e do primeiro parque fluvial do estado, no Córrego Dantas, que deverá consumir R$ 75 milhões deste montante. “O parque fluvial contará com quadras esportivas, ciclovias, jardins e áreas de lazer no trecho urbano. Já na área rural serão adaptadas agrovilas”, exemplificou Marilene. Os recursos serão oriundos da União e ainda não tem data prevista para serem liberados.
Marilene acrescentou ainda que ao todo serão investidos R$ 820 milhões em obras nos rios dos sete municípios serranos atingidos pela tragédia. Já foi solicitada a antecipação de R$ 310 milhões para ações emergenciais na região antes do próximo verão. Desse aporte, R$ 125 milhões serão destinados exclusivamente a dragagens de rios e córregos na região. Enquanto isso, o Inea atua com o projeto “Limpa Rio” que faz a manutenção e a limpeza dos rios e canais com equipamentos de porte pequeno. “Esse tipo de intervenção não é o ideal, mas é o que podemos fazer. Todo o maquinário que estava em operação em 75 municípios fluminenses foi enviado para a serra”, observou ela.
Para por em prática o projeto “Emergência Região Serrana” o estado prevê a demolição de mais de 300 imóveis construídos às margens de rios e córregos em Nova Friburgo, 140 deles só nas faixas marginais ao longo do Córrego Dantas. O processo de desocupação da área tem sido acelerado com vistas à proximidade de fortes temporais a partir de outubro. No encontro, o coordenador da Defesa Civil de Nova Friburgo, o tenente-coronel bombeiro João Paulo Mori, previu a instalação até o próximo dia 30 de dezembro de pelo menos dez sirenes de alerta de evacuação de localidades com alto risco de enchentes e deslizamentos de encostas no município. Os alertas em casos de previsão de fortes temporais serão emitidos pelo sistema Geo Rio e o Inea com o toque de sirenes por 20 minutos.
“Outras 250 pessoas cadastradas serão avisadas também por torpedos de celular. Caberá à população ser orientada previamente por associações de moradores e líderes comunitários a deixar os imóveis portando kits de roupas, objetos e documentos pessoais e procurar abrigos em locais seguros, ordeiramente, sem pânico”, ponderou Mori. Já o Inea receberá as informações sobre a incidência de chuvas com probabilidade de cheias através de 11 estações telemétricas interligadas a uma central de controle operacional.
Da reunião na CDL participaram ainda o promotor público Hedel Nara Ramos, a chefe da agência regional do Inea, Margareth Nacif, o deputado estadual Rogério Cabral e o secretário municipal de Meio Ambiente de Nova Friburgo, Eduardo De Vries, que sugeriu a Marilene Ramos maior facilidade de acesso da Prefeitura às informações dos levantamentos e projetos do Inea para atuação em conjunto. “Não temos equipamentos, mas conhecemos todo o município, podendo dar dicas importantes às equipes dos órgãos do estado sobre a realidade local. O projeto do parque fluvial, por exemplo, foi elaborado com a previsão de uma área de lazer no local onde o Córrego Dantas se encontra com o Rio Bengalas, deixando de levar em conta a necessidade de construção da Avenida Brasil que irá desafogar o trânsito em Conselheiro Paulino”, observou.

Moradores dos imóveis demolidos em áreas de enchente serão indenizados

Ainda durante o encontro ontem na CDL, a urbanista da Secretaria Estadual da Casa Civil, Ruth Jurberg, destacou como o estado tem atuado no processo de relocação dos moradores dos imóveis construídos nas faixas marginais de rios, já identificados e marcados para demolição em Nova Friburgo de acordo com critérios estabelecidos pelo Inea, Defesa Civil e o Departamento de Recursos Minerais (DRM). Dos 744 imóveis marcados para demolição nos bairros Floresta, Alto do Floresta, Jardim Califórnia, Córrego Dantas, Rui Sanglard, Lazareto, Duas Pedras e Vilage, 244 já foram derrubados. As famílias podem optar pela aquisição de um novo imóvel através do projeto “Minha Casa, Minha Vida” ou indenização, cujo valor é apurado após avaliação minuciosa do imóvel, inclusive, incluindo-se o tipo de material utilizado na construção. “Outras 2.504 famílias recebem o aluguel social de R$ 500 por mês”, garantiu Ruth.
A urbanista comentou ainda que os moradores que optarem pela compra de outro imóvel tanto no município, como em qualquer outro do estado, poderão ter um acompanhamento técnico para não correrem o risco de fixar residência em outra área de risco. É o projeto “Compra Assistida” que já beneficia 137 famílias. Ruth destacou que o acompanhamento das famílias que tiveram ou terão seus imóveis demolidos nas áreas de risco de enchentes e deslizamentos, é feito no “Canteiro Social” do governo do estado, junto à Prefeitura de Nova Friburgo.




Marilene Ramos, do Inea: plano de contingência e sistema de alerta contará ainda com 11 estações telemétricas, que enviarão informações sobre chuvas ao Centro de Controle Especial do órgão




O levantamento mostra com detalhes os impactos e a mudança natural nas faixas marginais aos rios

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